“Houve
na vida do senhor Palomar uma época em que sua regra era esta: primeiro,
construir um modelo na mente, o mais perfeito, lógico, geométrico possível;
segundo, verificar se tal modelo se adapta aos casos práticos observáveis na
experiência; terceiro proceder às correções necessárias para que modelo e
realidade coincidam (...)”.
Este trecho do texto nos traz em mente aquele
desejo secreto de alguns professores, de terem uma sala de aula homogenia, onde
todos os alunos se encaixem nos seus padrões, que se comportem e que aprendam
exatamente da maneira como esse professor planejou, onde não há espaço para o
diferente nada deve sair do previamente planejado, mas o real é bem diferente
do idealizado, principalmente quando se trata de pessoas e educação, pois cada
um traz em si uma realidade de vida, e que se devem levar em consideração as
diferenças individuais de cada um e respeita-las, e não fica preso a modelos
idealizados do que poderia ser o ideal em uma sala de aula, senão corre-se o
risco de praticar a segregação e a exclusão do diferente, que no caso seriam os
alunos com deficiências, como anteriormente era prática comum, esses alunos
eram destinados exclusivamente às escolas especiais e era no máximo pensado um
sistema de integração desses alunos quando muito, e para aquelas escolas que se
dispunha a um novo modelo de educação, olha só o paralelo com as ideias do “Senhor Palomar” quando em 1994, é publicada a Política Nacional
de Educação Especial, orientando o processo de ‘integração instrucional’ que
condiciona o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que "(...)
possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares
programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”.
(p.19).
Felizmente atualmente temos
uma politica educacional bem diferente, apesar de sabermos que ainda está muito
longe de se alcançar o ideal para que haja uma real inclusão dos alunos com deficiências
ou necessidades educacionais especiais, mas teve um avanço, e a parti desse
avanço pudemos ver algumas mudanças de pensamentos e de “pré-conceitos” acerca
da inclusão e muitos já pensam e fazem como fez o “Senhor
Palomar” (...) foi aos poucos se modificando: agora já desejava uma
grande variedade de modelos, pois cada um é um ser único, com suas
particularidades eles com ou sem deficiência. E é essa particularidade de cada
indivíduo que fica mais evidenciado com os avanços das politicas educacionais
do nos País.
Atualmente a Politica Educacional do Brasil de acordo com o Decreto nº 6.094/2007 estabelece dentre
as diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, a garantia do acesso e permanência
no ensino regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos
alunos, fortalecendo a inclusão educacional nas escolas públicas. E ainda prevê
não só o acesso dos alunos com deficiências as classes de ensino comum, mas
também sua permanência e continuidade desde a educação infantil até a educação
superior, oferecendo o Atendimento Educacional Especializado (AEE), na intenção de minimizar as barreiras e privilegiar o
desenvolvimento dos alunos nas suas potencialidades, Visando
especialmente, o acesso ao conhecimento, propiciando que o aluno saia da
passividade na educação, oferecendo a eles recursos que facilitem suas
conquistas educacionais.
Referencias:
CALVINO, Italo - Texto: O Modelo dos Modelo.