quarta-feira, 21 de agosto de 2013

ESTUDO DE CASO MARIANA


EQUIPE: TRIO ESPECIAL
ANA CLAUDIA MELO DE LIMA CASTRO
JULIANA DE FÁTIMA SCANONI CEZÁRIO DE MELO
VALDETE DIAS DO EGITO
DF – PROPOSIÇÃO DE UM CASO
CASO: MARIANA

a) Identificação da estudante:
A nossa estudante chama-se Mariana, tem 11 anos, cursa o 5 ° ano do Ensino Fundamental, numa instituição publica do município de Jaboatão dos Guararapes. A mesma encontra-se no nível silábico-alfabético. Seu diagnóstico é de Paralisia Cerebral, não escreve por conta das mãos atrofiadas, mas utiliza o teclado para poder digitar palavras e frases, mexe com bastante dificuldade o alfabeto móvel.

b) Sobre a estudante:
A genitora de Mariana teve uma gestação gemelar, onde deveriam ser um casal. O nascimento foi prematuro. Seu irmão nasceu primeiro e possuía algumas gramas a mais que ela e era perfeito, sem nenhuma deficiência física. Mas, mesmo assim, ele ficou apenas algumas horas vivo e não resistiu. Mariana, apesar de mais frágil, conseguiu sobreviver. Ao nascer teve paralisia cerebral o que comprometeu os movimentos dos membros superiores e inferiores, a sustentação do corpo e da cabeça e também a sua fala. Mas podemos concluir que Mariana é uma vencedora, pois, desde o ventre de sua mãe ela não tem se mostrado tão frágil assim... Resistiu, porém, às rejeições dos seus pais e irmãos ao descobrirem sua existência. A mãe estava grávida de um relacionamento recente e já tinha três filhos cada um de um pai diferente. E não resta dúvida que o espaço no ventre de sua mãe era muito pequeno para ela, pois o irmão por ser maior, ocupava a maior parte do espaço que lá existia, o que deve ter, também, comprometido o seu desenvolvimento físico. Além disso, o fato de ser a última a nascer, poderá ter sido um dos motivos de ter adquirido a paralisia cerebral ao nascer.
Mariana é acompanhada pela AACD, desde o seu nascimento. Lá a mãe também recebeu atendimento psicológico, onde teve a oportunidade de conhecer também outras mães com o mesmo problema ou problemas ainda piores.
A mãe relatou o seu primeiro encontro com as outras mães. Onde a psicóloga pediu que desenhassem o que a filha ou o filho representava para cada uma delas, a maioria das mães desenharam coisas tristes, uma delas desenhou uma prisão. A mãe de Mariana desenhou um presente muito bonito deixando as mães que ali estavam surpresas. E no depoimento dela disse que Mariana era um presente de Deus para ela. E todos se emocionaram, inclusive nós do grupo ao ouvirmos o seu relato. O seu depoimento serviu de motivação para as outras mães que passaram a ver os seus filhos com outros olhos. Com mais amor e carinho.
Segundo a mãe, Mariana faz acompanhamento psicopedagógico e fisioterapia na AACD. Lá ela conseguiu uma cadeira de rodas e aparelhos para Mariana usar nas mãos e nos pés, para que os mesmos não atrofiem.
c) Sobre a escola:
Segundo a mãe sua escolaridade começou em uma escola municipal onde estudou durante quatro anos. Lá a prefeitura mandava um transporte pegá-la em casa e após as aulas a levava de volta. Tinha todo material didático necessário para trabalhar atividades especificas de acordo com as limitações dela. Mas por motivos financeiros tiveram que mudar-se para um município vizinho. E ela foi matriculada em uma escola próxima à sua casa. Mas o acesso à escola não é muito bom, pois as ruas para chegar à escola são esburacadas, a calçada da escola é muito alta e não tem rampa. O mesmo ocorre no interior da escola. Não há rampas no pátio, na entrada da escola, no refeitório e nos banheiros. As salas são pequenas, quentes, sem ventilação e superlotadas o que dificulta a locomoção da cadeira de rodas em seu interior. Não há material didático específico para trabalhar as limitações da aluna. O local no qual são realizadas as aulas de educação física é exposto ao sol o que dificulta sua participação nas mesmas.
Segundo a direção da escola, já foram enviados vários ofícios à prefeitura solicitando providências, mas até o momento não houve nenhuma resposta. E até a própria mãe recorreu á prefeitura através de uma carta onde implorava que tomassem alguma providência. Mas até hoje nada foi feito.

A professora da sala regular mostra bastante interesse pela aluna. Pois diante de tudo isso ela procura fazer diversas adaptações para trabalhar com a aluna. Adaptações de mesas e de alguns materiais como lápis, pincéis, lápis de cor, etc. Confecção de materiais como alfabetos móveis, jogos de memória, dama, dominó, etc. Uso do próprio computador para realizar atividades utilizando o teclado ou alguns jogos de alfabetização.
Mariana estuda nessa escola desde o 2º ano, hoje se encontra no 5º ano.
A paralisia cerebral atingiu a parte motora e a fala. Ela emite apenas alguns sons, mas não consegue falar. A parte cognitiva não foi afetada, mas alguns professores e também a sua família ainda duvidavam de sua capacidade de aprender a ler. A professora da sala regular percebeu que a aluna tinha apenas um leve movimento na mão direita e realizou diversas atividades de coordenação motora fazendo com que a mesma, utilizasse a mãozinha direita para digitar as teclas do computados escrevendo palavras ou realizando atividades de jogos educativos. A aluna foi incluída em campeonatos de jogos como dominó e dama, os quais são seus jogos favoritos. Nas atividades com o alfabeto móvel, faz um esforço enorme com a mão direita para apontar ou arrastar a letra para formar palavras. A professora faz atividades utilizando figuras ou frases para que a mesma as coloquem na sequência lógica e a aluna utiliza a mão direita para apontar as figuras ou as palavras corretas.
Além da mão direita a Mariana se comunica através de expressões faciais como o sorriso ou caretas para expressar algo. Parece estar sempre feliz. Quando ela gosta de alguém ou de algo manda beijos. Quando não gosta mostra a língua. Na sala de aula, todos os alunos gostam dela. E ela também tem um ótimo relacionamento com todos. Quando não vai haver aula no dia seguinte, ela chora muito, pois adora ir à escola.
A professora orientou à mãe a ensinar a Mariana a avisar através de gestos ou de pranchas educativas quando quisesse ir ao banheiro. Pois a aluna usa fraldas descartáveis e muitas vezes a mãe não manda fraldas e roupas de reserva na bolsa dela, o que fez com que muitas vezes a professora colocasse roupas nela do bazar de roupas usadas da escola, para que a mesma não ficasse molhada de xixi ou suja de fezes.
d)Sobre a família:

Mariana mora com a mãe e seus irmãos, é a filha caçula da família. A mesma tem duas irmãs e u irmão, onde uma delas tem um filho. É muito amada por todos da família, sua mãe apresenta ser bastante protetora. Muitas vezes, percebemos que a mãe não quer que a filha desenvolva cognitivamente e até mesmo fisicamente. Pois segundo a babá da aluna, a mãe havia deixado de levá-la à fisioterapia e ao acompanhamento na AACD. E até os aparelhos ortopédicos das mãos e dos pés da menina, utilizados para que os mesmos não atrofiem, não estava sendo usado. A mãe dizia que se os colocassem, os colegas de classe poderiam quebrá-los.
A mãe passa vários dias sem levá-la à escola e alega diversos motivos que não convencem. Certa vez chegou a falar para a professora que não iria mais levar sua filha á escola, pois não via motivo nenhum para continuar a levando e disse que ela não tinha condições de aprender. E se aprendesse não sabia onde iria utilizar o que aprendeu. A professora tentou mostrar a importância da socialização para o desenvolvimento intelectual da criança. As faltas de Mariana interferem no ritmo de sua aprendizagem. A professora telefona ou vai até a casa da mesma para saber o motivo de sua ausência.
Se houvesse o incentivo da família em casa, na realização das atividades e no compromisso de levar Mariana diariamente, à escola, ela teria desenvolvido muito mais.

domingo, 18 de agosto de 2013

O PROFESSOR DE AEE NA SALA DE RECURSO MULTIFUNCIONAL E NA ESCOLA.

                                                    
            
                           O atendimento educacional especializado (AEE) é um serviço da educação especial que identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas" (SEESP/MEC, 2008).

                        

                    O professor  de Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Sala de Recurso Multifuncional (SRM) e na Escola deve desempenhar um papel de  facilitador na inclusão do aluno com deficiência não apenas na sala de aula,  com o professor e os demais  colegas, mas com toda a comunidade escolar,  direção, equipe pedagógica, pessoal de apoio ( porteiro, zelador(a), merendeira, etc.), e as  outras famílias.
                      Na SRM, o professor de AEE buscará situações que explorem as capacidades dos alunos com deficiência e  minimizem suas dificuldades no dia-a-dia escolar, tais como a sua socialização e sua autonomia e também na realização das atividades propostas pela professora da sala comum, respeitando suas limitações e estimulando suas potencialidades.
                        Para que esse trabalho do AEE seja efetivo é necessário que o professor conheça o aluno, e a melhor forma para isso é a realização do estudo de caso do aluno, pois através dessa  ferramenta se tem acesso a historia de vida dele desde antes de seu nascimento, sua historia em casa e na família, na escola, suas preferências, em suma se fará um retrato do aluno.
                         Com o estudo de Caso do aluno em mãos o professor de AEE, poderá realizar seu plano de atendimento individualizado, já que no AEE esse planejamento deve ser feito para cada aluno levando em conta suas especificidades, nele o professor poderá elaborar um roteiro com as atividades a que se propõe realizar com o aluno na Sala de Recurso Multifuncional.    



                                 Se uma criança não pode aprender da maneira como é  ensinada, é melhor ensina-la da maneira que ela pode aprender.(  Marion Welchmann )