domingo, 29 de junho de 2014

O MODELO DOS MODELOS


                       

                        

         



                “Houve na vida do senhor Palomar uma época em que sua regra era esta: primeiro, construir um modelo na mente, o mais perfeito, lógico, geométrico possível; segundo, verificar se tal modelo se adapta aos casos práticos observáveis na experiência; terceiro proceder às correções necessárias para que modelo e realidade coincidam (...)”.
            
                Este trecho do texto nos traz em mente aquele desejo secreto de alguns professores, de terem uma sala de aula homogenia, onde todos os alunos se encaixem nos seus padrões, que se comportem e que aprendam exatamente da maneira como esse professor planejou, onde não há espaço para o diferente nada deve sair do previamente planejado, mas o real é bem diferente do idealizado, principalmente quando se trata de pessoas e educação, pois cada um traz em si uma realidade de vida, e que se devem levar em consideração as diferenças individuais de cada um e respeita-las, e não fica preso a modelos idealizados do que poderia ser o ideal em uma sala de aula, senão corre-se o risco de praticar a segregação e a exclusão do diferente, que no caso seriam os alunos com deficiências, como anteriormente era prática comum, esses alunos eram destinados exclusivamente às escolas especiais e era no máximo pensado um sistema de integração desses alunos quando muito, e para aquelas escolas que se dispunha a um novo modelo de educação, olha só o paralelo com as ideias do “Senhor Palomar” quando em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o processo de ‘integração instrucional’ que condiciona o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que "(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”. (p.19).
                   Felizmente atualmente temos uma politica educacional bem diferente, apesar de sabermos que ainda está muito longe de se alcançar o ideal para que haja uma real inclusão dos alunos com deficiências ou necessidades educacionais especiais, mas teve um avanço, e a parti desse avanço pudemos ver algumas mudanças de pensamentos e de “pré-conceitos” acerca da inclusão e muitos já pensam e fazem como fez o “Senhor Palomar” (...) foi aos poucos se modificando: agora já desejava uma grande variedade de modelos, pois cada um é um ser único, com suas particularidades eles com ou sem deficiência. E é essa particularidade de cada indivíduo que fica mais evidenciado com os avanços das politicas educacionais do nos País.
Atualmente a Politica Educacional do Brasil de acordo com o Decreto nº 6.094/2007 estabelece dentre as diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, a garantia do acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, fortalecendo a inclusão educacional nas escolas públicas. E ainda prevê não só o acesso dos alunos com deficiências as classes de ensino comum, mas também sua permanência e continuidade desde a educação infantil até a educação superior, oferecendo o Atendimento Educacional Especializado (AEE), na intenção de minimizar as barreiras e  privilegiar o desenvolvimento dos alunos nas suas potencialidades,  Visando especialmente, o acesso ao conhecimento, propiciando que o aluno  saia da passividade na educação, oferecendo a eles recursos  que facilitem suas conquistas educacionais.





Referencias:
CALVINO, Italo - Texto:  O Modelo  dos Modelo.




















sábado, 7 de junho de 2014

RECURSOS DE BAIXA TECNOLOGIA PARA ACOMUNICAÇÃO DE ALUNOS COM TEA/TGD




     


  Tecnologia assistiva  e comunicação alternativa 





            A área da tecnologia assistiva que se destina especificamente à ampliação de habilidades de comunicação é denominada de Comunicação Alternativa (CA). A comunicação alternativa destina-se a pessoas sem fala ou sem escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar e/ou escrever.
              A CA pode acontecer sem auxílios externos e, neste caso, ela valoriza a expressão do sujeito, a partir de outros canais de comunicação diferentes da fala: gestos, sons, expressões faciais e corporais podem ser utilizados e identificados socialmente para manifestar desejos, necessidades, opiniões, posicionamentos, tais como: sim, não, olá, tchau, banheiro, estou bem, sinto dor, quero (determinada coisa para a qual estou apontando), estou com fome e outros conteúdos de comunicação necessários no cotidiano.
                Com o objetivo de ampliar ainda mais o repertório comunicativo que envolve habilidades de expressão e compreensão, são organizados e construídos auxílios externos como cartões de comunicação, pranchas de comunicação, pranchas alfabéticas e de palavras, o PECS.

Vejamos aqui alguns desses recursos de baixa tecnologia que auxiliam na aquisição da comunicação das crianças com TEA/TGD
                



PECS- Picture Exchange Communication System (Comunicação usando trocas de fotos)


           A comunicação é uma das muitas áreas afetadas pelo autismo e o PECS é um processo auxiliar no desenvolvimento da linguagem e propõe-se a implementar um "caminho" de comunicação entre o autista e o meio que o cerca. Algumas crianças autistas desenvolvem a chamada linguagem tradicional, entretanto, outras talvez nunca falem, mas poderão utilizar um instrumento preciso para se relacionarem ("falar") com o mundo e expressarem seus anseios e desejos. 
          O PECS é esse instrumento fundamental para assessorar e compreender a rotina do autista. Criado há mais de 12 anos pelo Delaware Autistic Program, esse método baseia-se no ABA (Applied Behavior Analysis) e ensina o autista a trocar uma foto por algo que deseja.

            A vantagem do PECS é a sua simplicidade e racionalidade em proporcionar uma resposta primária por parte do autista, ou seja, ele escolhe a foto (visual) do PECS que demonstra o que quer estabelecendo a comunicação com os outros e, em muitos casos, promovendo o desenvolvimento da fala. Vale ressaltar que a primeira "língua" da maioria dos autistas é a visual.


O PECS deve ser usado por pessoas com dificuldades na linguagem falada, como por exemplo pessoas com autismo (Pedrosa, 2006), e pretende desenvolver a independência e a espontaneidade da comunicação (Soares, 2006).

PECS PARTES DO CORPO

PECS SEQUÊNCIA PARA USO DO BANHEIRO

PECS ATIVIDADES DIÁRIAS




Características da simbologia PECS:
• Desenhos simples e claros, de fácil reconhecimento;

• Adequados para usuários de qualquer idade;

• Estão divididos em seis categorias de palavras: social, pessoas, verbos, descritivo, substantivos e miscelânea;

• Facilmente combináveis com outros sistemas de símbolos, figuras e fotos para a criação de recursos de comunicação individualizados;

• Extremamente úteis numa grande variedade de atividades e lições.
• Disponíveis através dos softwares Boardmaker e Escrevendo com Símbolos.
           

              Como utilizar o PECS:

             O PECS começa ensinando o aluno a trocar uma figura por um item desejado com o “professor”, que imediatamente satisfaz seu pedido. O protocolo de treinamento é baseado no livro de B.F. Skinner, Verbal Behavior (Comportamento Verbal) em que comportamentos verbais funcionais são sistematicamente ensinados usando estratégias de estímulo e reforço que levarão a uma comunicação verbal independente. Dicas verbais não são utilizadas, o que contribui para um início imediato e evita a dependência de dicas. O ensino continua com a discriminação de símbolos e como colocá-los juntos numa frase simples. Nas Fases mais avançadas, os indivíduos são ensinados a comentar e responder perguntas diretas. 
              
              Faixa etária:

        Muitas crianças que estão na fase pré-escolar e utilizam o PECS começaram a desenvolver a fala o sistema também tem sido bem sucedido com adolescentes e adultos que têm um amplo comprometimento comunicativo, cognitivo e físico. 

                 Pranchas de comunicação 


                As pranchas de comunicação podem ser construídas utilizando-se objetos ou símbolos, letras, sílabas, palavras, frases ou números. As pranchas são personalizadas e devem considerar as possibilidades cognitivas, visuais e motoras de seu usuário.
              Essas pranchas podem estar soltas ou agrupadas em álbuns ou cadernos. O indivíduo vai olhar, apontar ou ter a informação apontada pelo parceiro de comunicação dependendo de sua condição motora.



Prancha de comunicação com fotos símbolos ou figura 


Descrição de imagem:

  • Uma pasta do tipo arquivo, contendo várias páginas de sacos plásticos transparentes está sobre o colo de um usuário de CA. Cada página representa uma prancha de comunicação temática e na imagem visualiza-se a prancha com o tema "animais".


Prancha de comunicação alfabética

Descrição de imagem:

  • Sobre uma mesa está uma pasta de comunicação e nela, há uma prancha que contém as letras do alfabeto e os números. O usuário está apontando o dedo indicador na letra "X". 


              Cartões  de comunicação


         Trata-se uma maneira simples de mostrar os símbolos em um espaço compacto. os cartões são organizados em fichários, argolas ou em porta-cartões facilitando assim o manuseio.


cartões de comunicação



Descrição de imagem:
  • A imagem apresenta vários cartões de comunicação com símbolos gráficos representativos de mensagens. Os cartões estão organizados por categorias de símbolos e cada categoria se distingue por apresentar uma cor de moldura diferente: cor de rosa são os cumprimentos e demais expressões sociais, (visualiza-se o símbolo "tchau"); amarelo são os sujeitos, (visualiza-se o símbolo "mãe"); verde são os verbos (visualiza-se o símbolo "desenhar") ; laranja são os substantivos (visualiza-se o símbolo "perna"), azuis são os adjetivos (visualiza-se o símbolo "gostoso") e branco são símbolos diversos que não se enquadram nas categorias anteriormente citadas (visualiza-se o símbolo "fora").
  

TECNOLOGIA ASSISTIVA

 "Para as pessoas, a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, torna as coisas possíveis".

Mary Pat Radabaugh 

domingo, 20 de abril de 2014


Esse é um dos filmes mais lindo e emocionante que já assisti.

Aqui vai o Link para quem desejar assistir ao filme completo;
http://vimeo.com/24175264

sábado, 19 de abril de 2014

SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

DIFERENÇA ENTRE SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

                                    Ana Cláudia de Melo Lima

SURDOCEGUEIRA         
      

                 A surdocegueira é uma deficiência única em que a pessoa apresenta uma perda visual e auditiva. É considerado surdocego a pessoa que apresenta essas duas limitações independe do grau da perda de um ou outro sentido.
                A surdocegueira pode ser congênita ou adquirida e não é considerada como Deficiência Múltipla.
CONGENITA: é surdocego congênito aquele que nasce com esta deficiência.

CAUSAS DA SURDOCEGUEIRA CONGÊNITA:

ü  Origem pré-natal - *Rubéola Materna, Toxoplasmose, *Drogas teratogênicas (são as drogas capazes de causar malformação no feto quando tomadas durante a gravidez), Incompatibilidade sanguínea.
ü   Lesões neonatais - Prematuridade, Anóxia,

Origem genética - Síndrome de Usher (é uma doença genética que causa surdez e cegueira)*Síndrome Charge (é uma síndrome causada por defeitos genéticos).
*A síndrome CHARGE é a principal causa de surdocegueira congênita.
*Sendo a mais frequente entre essas a rubéola materna.

ADQUIRIDA: A pessoa nasce ouvinte e vidente, surda ou cega e por fatores diversos adquire a surdocegueira.

CAUSAS DA SURDOCEGUEIRA ADQUIRIDA

ü  Infecções: Meningite, Sarampo, Otites Graves, Sífilis,
ü  Acidentes, tumorações, etc.
TIPOS DE SURDOCEGUEIRA:

ü  Cegueira congênita e surdez adquirida
ü  Surdez congênita e cegueira adquirida
ü  Cegueira e surdez congênita
ü  Cegueira e surdez adquirida
ü  Baixa visão com surdez congênita ou adquirida                      



                                    Método Tadoma                                              
                   
           









DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA SENSORIAL    


                  É a deficiência auditiva ou a deficiência visual associada a outras deficiências (mental e/ou física), como também a distúrbios (neurológico, emocional, linguagem e desenvolvimento global) que causam atraso no desenvolvimento educacional, vocacional, social e emocional, dificultando a sua autossuficiência. 


TIPOS DE DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA SENSORIAL

ü  Surdez com deficiência mental leve ou severa
ü  Surdez com distúrbios neurológicos, de conduta e emocionais.
ü  Surdez com deficiência física (leve ou severa)
ü  Baixa visão com deficiência mental leve ou severa
ü  Baixa visão com distúrbios neurológicos, emocionais e de linguagem e conduta.
ü  Baixa visão com deficiência física (leve ou severa)
ü  Cegueira com deficiência física (leve ou severa)
ü  Cegueira com deficiência mental (leve ou severa)
ü  Cegueira com distúrbios emocionais, neurológicos, conduta e linguagem.

  

NECESSIDADES BÁSICAS DAS PESSOAS COM SURDOCEGUEIRA E COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NO DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO.

                 É primordial o desenvolvimento do esquema corporal das pessoas com surdocegueira ou deficiência múltipla, para que ela possa se percebe r bem como perceber o meio que a cerca. Para isso se faz necessário buscar a verticalidade, o equilíbrio postural, articulação e harmonização dos seus movimentos e autonomia, e ainda aperfeiçoar a sua coordenação Visio motora e motora ampla e fina.
                 Quando as pessoas com surdocegueira ou deficiência múltipla não apresentam grandes dificuldades motoras, elas devem ser estimuladas a usarem as mãos para diminuírem as estereotipias e também favorecerem o uso de ambas, facilitando assim o desenvolvimento de uma estrutura de Comunicação. Entretanto deve-se levar em consideração o tempo de cada um, pois cada indivíduo tem seu próprio tempo no processo de aprendizagem.
                  Ainda eles podem se utilizarem dos resíduos visuais, do tato e olfato para estabelecerem um sistema de comunicação e na escola e no AEE o professor observa qual dos recursos é mais favorável para ser utilizado com o meio de comunicação para o seu aprendizado.
            
  



Referencias: 

BOSCO, Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R. S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla (2010). 
http://www.vezdavoz.com.br/site/deficiencia_multipla.php


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sábado, 8 de março de 2014

A INCLUSÃO ESCOLAR DA PESSOA COM SURDEZ

                              



                                  É na escola que se tem o primeiro contato social fora do ambiente familiar, onde se aprende a relacionar com as pessoas e com as diferentes situações.
                                E é na escola também que muitas vezes ocorre um dos momentos mais difíceis quando se trata da inclusão das Pessoas com Surdez, pois a falta da comunicação oral assusta e muitas vezes criam barreiras que prejudicam o processo de educação das Pessoas com surdez, mas com sensibilidade e acima de tudo estrutura essa inclusão pode ocorrer de fato.
                                 A inclusão das Pessoas com Surdez deve ocorrer desde a educação infantil até o ensino superior, e para isso é necessário que se os recursos humanos necessários, recursos esses que podemos citar como os professores de AEE de Libras, em Libras em Língua Portuguesa Escrita   e os interpretes.
                                 Precisa-se ver a importância do Bilinguismo na educação das Pessoas com surdez, e acima de tudo reconhecer que a língua de sinais é a sua primeira língua.



                       O Decreto Nº. 5626/05 que no seu artigo 1º regulamentou a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002
                                                 
 Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.     
                 
                                      Nesse mesmo decreto lei ainda dá as orientações para a formação dos professores e interpretes e das escolas bilíngües no seu Art. 22, incisos I e II:

I – Escola e classes de educação bilíngue, abertas a alunos surdos e ouvintes, com professores bilíngues na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental;
II – Escolas bilíngues ou escolas comuns do ensino regular, abertas aos alunos surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental, ensino médio ou educação profissional, com docentes das diferentes áreas do conhecimento cientes da singularidade lingüística dos alunos surdos, bem como com a presença de tradutor/intérprete de Libras e Língua Portuguesa.                                
                                       É o que vemos escritos na lei é muito claro e preciso, mas é pena que na nossa realidade isso não aconteça, pois o vemos na educação das pessoas com surdez é uma ação excludente no sistema educacional brasileiro, onde as escolas não estão preparadas para receber esse público, simplesmente por não ter profissionais preparados.                                                
                      

                                                  
                
   

Referências: 

DAMÁZIO, Mirlene F. M. Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com surdez. Curitiba: CROMOS, 2007.


BRASIL. 
O Decreto Nº. 5626/05 
 Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002